Centro de Distribuição e Logística Ferretería O’Higgins
A arquitetura simples e precisa é expressada através de dois volumes que são resultado de um sutil apoio entre corpos sólidos, fechados e geometricamente inclinados.
O novo edifício corporativo da Ferretería O’Higgins abriga escritórios, serviços e armazenamento de ferramentas de alta precisão, utilizadas no setor de mineração.
No extremo leste estão os escritórios administrativos, serviços e sala de vendas. Na zona posterior as adegas de armazenamento e pátio de operações.
Na frente, o edifício de escritórios é compartimentado em duas áreas, divididas por um átrio de pé direito triplo, onde a escada é o elemento protagonista do espaço, expressando-se como um objeto suspenso, leve e transparente.
Uma planta simples é a base de dinâmica na dimensão total do edifício.
Materialidade
As duplas peles de aço corten que envolvem o edifício potencializam a imagem de dois corpos sólidos, protegendo, por sua vez, os recintos interiores da temperatura e radiação solar direta. É produzida uma câmara de gás entre a pele exterior de aço e a fachada interior de painel isolante, o que ajuda a configurar uma barreira térmica muito eficiente.
Devido a sua materialidade o edifício muda cromaticamente de acordo com a luz do sol e o passar do tempo. O edifício atua como um corpo vivo ao mostrar em sua pele em diversos tons de cores, alaranjados e cafés. Na frente, a fachada principal destaca se destaca dentro do conjunto, definindo um véu translucido realizado com lâminas perfuradas de aço corten, que permite a vista ao exterior, controlando a radiação solar. Estas lâminas estão em um leve e constante movimento, devido ao vento, o que junto ao espelho d’água na base dão ao edifício uma dimensão dinâmica.
Estratégias sustentáveis
O projeto incorpora desde sua concepção estratégias bioclimáticas e sustentáveis, privilegiando o uso racional da energia e a proteção do meio ambiente. A pele dupla de aço corten do volume gera uma efeito Venturi vertical de ventilação passiva em todo o edifício, incorporando as estratégias de sustentabilidade e economia energética, alcançando uma boa qualidade de vida nos espaços de trabalho.
O projeto utiliza tecnologias bioclimáticas para o conforto dos espaços interiores. Aproveita-se a derme da terra para a troca de calor tanto no inverno como no verão, ao introduzir ar climatizado naturalmente e gerando renovações permanentes de ar, se alcança temperaturas entre 18ºC e 24ºC todo o ano.
Através de pranchas translúcidas na cobertura (7%) a luz natural entra de forma controlada, eliminando completamente a iluminação artificial nas operações diurnas, conseguindo grandes economias do consumo energético.
Em toda frente do edifício incorpora-se um espelho d’água, no qual se configura o acesso ao prédio. Este, além de ter um valor estético, é, também, reserva de água para incêndios e por meio da evaporação esfria a fachada envidraçada durante os meses quentes, melhorando a qualidade de vida.
Foi dada especial atenção ao uso racional da água. Utilizando artefatos de alta tecnologia, design e eficiência, como torneiras automáticas, permitiu-se um controle controlado, com uma economia estimada de 65%.
As áreas verdes do complexo estão conformadas por espécies de gramíneas e oliveiras com baixo consumo de água (irrigação por gotejamento) e manutenção, dando um forte sinal do melhor uso dos recursos hídricos e econômicos.